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Da zona rural de Monte Alto, jovens conhecem exemplo de inovação

Os alunos do Programa de Aprendizagem Rural – Jovem Agricultor do Futuro tiveram a oportunidade, na tarde de segunda-feira (14), de conhecer a propriedade rural do agricultor Adão do Carmo Jesus Comin. No bairro rural Areias, o montealtense dá exemplo de inovação e responsabilidade com o meio ambiente, enquanto produz tomate. O sistema de cultivo utilizado é o plantio direto e irrigação por gotejamento, ambos contribuindo de maneira significativa para preservação ambiental, pelo uso racional da água  e conservação do solo.

Os jovens, acompanhados pela instrutora técnica e engenheira agrônoma Eloiza Seixas, do instrutor pedagógico Cláudio Ricardo Benhossi e do interlocutor do Programa Município Verde Azul, Tadeu Veronezi Nunes, acompanharam os ensinamentos do agricultor que se capacita constantemente.

Olho de texto siteNo local, o sistema de irrigação utilizado é de gotejamento, no qual a água percorre por todo o campo e molha as mudas de tomate, tornando o terreno úmido apenas o suficiente para o crescimento das mesmas. A quantidade de água é controlada e a irrigação ocorre em dias alternados, por apenas 30 minutos. Segundo Adão, o excesso de água não apenas aumenta o custo de produção, como permite maior incidência de doenças. “Este cálculo foi encontrado após muito estudo, fazendo o acompanhamento da terra”, disse. Este monitoramento de umidade do solo é feito através de tensiômetro, instalado em parceria com o professor Dr. Luiz Fabiano Palaretti, da Unesp de Jaboticabal.

Com o estudo diário do solo e a obtenção da quantidade de água necessária para o cultivo de tomate, os custos despencaram. O agricultor disse que hoje utiliza, em quatro ou cinco dias, a quantidade de água antes utilizada em apenas um. O sistema de cultivo é o plantio direto sobre a palha de milho, possibilita que a umidade permaneça no solo, contribuindo para a infiltração da água da chuva, diminuindo seu o escoamento superficial, evitando a erosão e também reduzindo o custo com fertilizantes. “Hoje fertilizamos toda esta área, com 17 mil pés. Já utilizamos para isso aproximadamente 200 kg de fertilizantes, mas hoje, com apenas 4 kg, consigo o mesmo resultado”, comemora.

O resultado de tanta inovação refletiu no bolso, não apenas na redução de custos, mas na alta produtividade de suas terras. No local, a colheita gera em torno de 2 mil caixas de tomate, que em grande parte vai para a Central de Alimentos de Monte Alto. Com produção acima da média e demanda de mão de obra apenas no plantio e colheita, Adão tem orgulho em mostrar sua propriedade e repassar os ensinamentos aos jovens aprendizes.

Quando questionado sobre defensivos necessários na cultura do tomate, o agricultor disse que os produtos são constantemente aperfeiçoados com o objetivo de diminuir o período de carência, intervalo de tempo entre a última aplicação do defensivo e a colheita e comercialização. Após esse período o produto não apresenta riscos à saúde, podendo ser consumido. “Tendo um acompanhamento de engenheiro agrônomo, entendendo a função de cada produto, a atividade é segura e rentável”, disse. “O tomate que aqui produzo vai para a merenda escolar de nossa cidade, o meu filho está aqui com vocês e consome este alimento, na escola. Eu nunca aplicaria algo que prejudicasse ele ou qualquer criança”.