O Brasil consome, por ano, 288 mil toneladas de agrotóxicos. O levantamento foi feito em 2001, pela pesquisadora Luciana Pranzetti Barreira. Este material, segundo o mesmo estudo, é acondicionado em cerca de 107 milhões de embalagens. As embalagens vazias sempre tiveram descarte sem controle ou fiscalização, como a prática de enterrá-las, hoje considerada inadequada devido aos altos riscos de contaminação do solo e das águas subterrâneas.

Após a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que define a logística reversa e ações que promovam a coleta e reaproveitamento de tais embalagens, Monte Alto criou leis municipais que fossem ao encontro desta necessidade, de acompanhar e fiscalizar o andamento deste descarte.

Ainda no ano de 2002, foi criada a Lei Complementar º 130, que autorizava o Executivo a celebrar convênio de cooperação mútua com a Associação de Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas, também com a criação de posto de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. A Prefeitura de Monte Alto forneceu, gratuitamente, área próximo à Rodovia SP-305, no local popularmente conhecido como “Fábrica de Tubos”.

Após mudanças no cenário e novas leis federais, em 2014, a ASSOREMA – Associação das Revendas de Agrotóxicos de Monte Alto recebeu, do Executivo, área para a construção e instalação de posto de serviços, assim como funcionário para realizar o recolhendo das embalagens. Com a nova parceria com associação local e área maior, o controle se mostrou mais eficaz, com o município certificando-se, assim, que as embalagens de agrotóxicos retornavam para a reciclagem.

O trabalho conjunto permitiu que Monte Alto, atualmente, tivesse 100% das embalagens recolhidas e destinadas ao descarte correto. Segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV), cerca de 94% do material é descartado corretamente em todo país. Isso representa aproximadamente 246 mil toneladas de embalagens recicladas nos últimos 13 anos.

Durante todo o ano de 2016, 16.840 quilos de embalagens foram recolhidas pela ASSOREMA e enviadas à Associação das Revendas de Insumos Agrícolas de Araraquara e Região – ARIAR. De janeiro a junho deste ano, 10.500 quilos já tiveram o mesmo destino.

O assunto foi tratado na 3ª reunião do COMDEMA, no dia 27 de julho. Segundo o conselho, novas ações devem ser realizadas no intuito de levar, a produtores e população em geral, a importância do controle e descarte consciente para a preservação do meio ambiente.