Lintas Serayu

ESCORPIÃO

 

Acidente escorpiônico ou escorpionismo

 É o envenenamento provocado por um escorpião quando este injeta seu veneno por meio de seu ferrão.

Escorpiões de importância médica no estado de São Paulo

 Os escorpiões pertencem à classe dos aracnídeos (assim como as aranhas), predominantes nas zonas tropicais (como no Brasil) e subtropicais do mundo. Ocorrem durante o ano todo.

No Estado de São Paulo há duas espécies principais que causam acidentes (picadas) em seres humanos:

 

Tityus serrulatus: conhecido como escorpião amarelo. Possui pernas e cauda amarelo-claras e o tronco escuro. Medem até 7 cm de comprimento. É responsável pela maior parte dos acidentes.

 

Tityus bahiensis: conhecido como escorpião marrom ou preto. Possui o tronco escuro, pernas e cauda marrons avermelhados com manchas escuras. Possuem cerca de 7 cm de comprimento. São menos numerosos que o Tityus serrulatus em áreas urbanas.

Limpeza do ambiente

 

População: O escorpião é um animal originalmente de mata, mas se adaptou ao meio urbano devido à ocupação humana, que vem invadindo hábitats naturais dos escorpiões e facilitando a disponibilidade de abrigo principalmente nas galerias de água e esgoto, mas também em terrenos baldios com acúmulo de entulho e lixo, e de alimento em abundância, como baratas. Alterações climáticas, por sua vez, têm elevado à temperatura favorecendo uma maior atividade e reprodução desses animais e, em particular, do Tityus serrulatus, por sua característica partenogenética (não precisa do macho para a reprodução de filhotes).

A forma mais adequada de se evitar o aparecimento de escorpiões nas residências é vedar e ralos (de chão e pias) frestas e vãos (portas e janelas) que permitam a entrada desses animais, que normalmente vêm das galerias de aguá e esgoto. Além disso, deve-se evitar o acúmulo de detritos e entulhos no terreno e quintais, principalmente aqueles que possam atrair baratas e servir de abrigo para o  escorpião.

 

Prefeitura: manter os espaços públicos limpos quanto à coleta de lixo, limpeza de áreas baldias (sujeira e entulho), realizar de forma programada o manejo e o controle de escorpião e orientar a população quanto à importância da limpeza dos ambientes públicos e de seus domicílios.

 

Outras orientações de como prevenir acidentes por escorpião

  • Manter jardins e quintais limpos;
  • Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas;
  • Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas;
  • Manter a grama aparada;
  • Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto às casas;
  • Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo;
  • Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. Usar calçados e luvas de raspas de couro para atividades em que seja preciso colocar a mão e pisar em buracos, entulhos e pedras;
  • O escorpião apresenta hábito noturno, e assim, para evitar sua entrada nas casas, deve-se vedar as soleiras das portas e janelas quando começar a escurecer;
  • Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas, colocar telas nas janelas;
  • Afastar as camas e berços das paredes;
  • Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem-se ao chão;
  • Não pendurar roupas nas paredes;
  • Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, moscas ou outros insetos que servem de alimento para os escorpiões;
  • Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos, lagartixas e sapos.

População vulnerável

 

O grupo etário mais vulnerável ao óbito  são crianças até 10 anos.

Outros grupos vulneráveis a ocorrência da picada: trabalhadores da construção civil, de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, que manuseiam objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar alojados, além de pessoas que permanecem grandes períodos dentro de casa (Ex. acamados ou com restrições de mobilidade ou idosos) ou nos arredores (como quintais), principalmente nas áreas onde sabidamente ocorre alta infestação do animal.

 

Sinais e Sintomas

 

A dor local é um sintoma que aparece logo após a picada, em 100% dos casos. Em crianças ocorrerá choro abrupto e intenso, devido à dor. Normalmente a criança está brincando ou dormindo.

 

Além da dor, ocorrerá agitação, ofegância e respiração e batimentos cardíacos aumentados. Poderá ainda ocorrer no local da picada formigamento/dormência, aumento da temperatura, inchaço leve, vermelhidão, arrepio dos pelos e suor. Se a picada for na mão ou no pé (principais locais acometidos), esses sinais podem irradiar para parte ou  todo o braço ou perna.

 

Posteriormente a estes sintomas poderão ocorrer, principalmente em crianças até 10 anos, aumento do suor pelo corpo, vômitos (poucos ou muitos), agitação (devido à ansiedade, medo e dor) alternada com sonolência, tremores, produção excessiva de  saliva (começa a babar).

 

Por vezes, após a picada, vem a dor, a agitação, o choro abrupto e intenso e o vômito já em seguida, sem que ocorra ou se perceba qualquer outro sintoma citado acima.

Portanto, se esses sintomas ocorrerem (não necessariamente todos os sintomas, mas parte deles), mesmo que não se tenha visto o escorpião, deve-se pensar em acidente escorpiônico e correr com a pessoa acidentada (principalmente crianças) para o atendimento médico.

 

Primeiros socorros em caso de acidente com escorpião

O que fazer:

  • Limpar o local com água e sabão
  • Aplicar compressa morna no local;

  • Procurar  o  serviço  de  saúde  mais  próximo para que possa receber o tratamento o mais rápido possível. A criança deve ser encaminhada/levada ao Ponto Estratégico de Soros Antivenenos – PESA de referência;
  • Se for possível (com segurança e desde que não leve muito tempo, pois a prioridade é o atendimento médico urgente), capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde. O escorpião pode ser levado vivo ou morto.

O que não deve fazer:

  • Não fazer torniquete ou garrote, não furar, não cortar, não queimar, não espremer o local da picada;
  • Não fazer sucção no local da ferida;
  • Não aplicar qualquer tipo de substância sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina, pó de café, terra), nem fazer curativos que fechem o local, pois isso pode favorecer a ocorrência de infecções;
  • Não ingerir bebida alcoólica, álcool, querosene, gasolina ou fumo no intuito de tirar a dor, pois além de não agir contra o veneno, ainda poderá causar complicações no quadro clínico;
  • Não colocar gelo ou água fria no local da picada, pois acentua a dor.

Onde procurar atendimento médico após um acidente por escorpião?

 

Para crianças até 10 anos: Deve-se procurar o mais rapidamente possível a unidade de saúde referência para o atendimento de acidente com escorpião (PESA) – devido o potencial de gravidade neste grupo etário, que para este local é:

Caso essa unidade fique muito longe, ou seja, difícil de chegar até ela, procure o quanto antes um pronto atendimento, pronto socorro ou hospital;

OBS: Se necessário, ligue para o SAMU pelo 192, pois há urgência no atendimento à criança picada.

Para os demais pacientes: Deve-se procurar o mais rapidamente possível o serviço de saúde mais próximo, preferencialmente um pronto atendimento, pronto socorro ou hospital.

OBS: Todo o tratamento de acidente por picada de escorpião é gratuito pelo SUS!

Unidades de Referência para atendimento de acidente por escorpião

Veja aqui o s Pontos Estratégicos de Soros Antivenenos  no  Estado de São Paulo:

http://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-alexandre-vranjac/unidades- referencia/acidentes-por-animais-peconhentos-unidades-de-atendimento

ou em https://saude.sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/07/Soro-Urgente.pdf