Lintas Serayu

Museu de Paleontologia tem mais uma “descoberta”

Surpresa: dessa vez não se trata de um fóssil, mas sim de uma pessoa que faz parte do quadro de Agentes Culturais do Museu

“Encontrar um fóssil é algo que requer muita dedicação daqueles que são interessados em desvendar a história da vida na Terra e, principalmente, a dos dinossauros”. É assim que a paleontóloga e Coordenadora do Museu local, Sandra Tavares, define uma “descoberta” inusitada da equipe do Museu de Paleontologia no último semestre.

O acervo do Museu é constituído por fósseis que, em sua maioria, foram encontrados por pessoas da comunidade montealtense e da região; são descobertas muitas vezes inéditas na Paleontologia.

“As buscas por novos fósseis têm se tornado cada vez mais frequentes pela nossa equipe do Museu, que está monitorando os campos onde já foram encontrados fósseis no passado, além de ir em busca de novos afloramentos com o objetivo de ampliar a coleção do museu”, comenta Sandra.

A surpresa dessa vez é que a nova “descoberta” não se trata de um fóssil, mas sim de uma pessoa que faz parte do quadro de Agentes Culturais do Museu. Em meados de março, quando Sandra estava para sair de férias, tinha a preocupação de não deixar o seu grande parceiro de trabalho, Cledinei Francisco, ir sozinho para os bairros rurais da cidade para dar continuidade ao trabalho de campo que estavam realizando desde o final do ano passado.

Sandra conta que, um dia antes de sua saída temporária, perguntou para uma das monitoras do Museu se ela gostaria de acompanhar o Cledinei durante a sua ausência. A resposta foi imediata: ‘claro que sim!’.

Eloisa Maria de Oliveira é uma das monitoras que auxilia na recepção dos visitantes do Museu e, junto com Miriam Machado, cuida da conservação do acervo do Museu Histórico e Cultural.  “Quando ouvi a resposta da Eloisa, fiquei surpresa, porque nunca imaginei que ela iria com tanta satisfação para uma escavação”, diz Sandra.

DINOSSAUROS

“Quando eu era criança, fui com o meu pai, João Luiz de Oliveira, ver a escavação que aconteceu perto do Campestre em meados dos anos de 1980 e nós encontramos um dente. Fomos logo mostrá-lo para o saudoso Prof. Toninho”, conta a nova ‘caçadora de dinossauros’, que também está aprendendo a preparar os fósseis no laboratório do Museu. 

De acordo com Cledinei, Eloisa é uma excelência parceira de escavação e aprendeu muito rápido a diferenciar o fóssil da rocha. A dupla encontrou belos exemplares de Moluscos Bivalves (conchas) e fragmentos de ossos fossilizados que, devido às suas dimensões, provavelmente pertenceram a dinossauros.

“Os novos fósseis encontrados pela equipe do Museu nesse último semestre poderão ajudar os pesquisadores na interpretação da fauna e conhecer mais sobre como era o ambiente aqui há milhões de anos, além de despertar a curiosidade dos visitantes que poderão conhecer esses fósseis futuramente, quando o museu reabrir” completa Thiago Colatrelli Nunes, diretor de Cultura.