Monte Alto: Nossa história
Bom Jesus de Pirapora de Monte Alto das Três Divisas, pelas mãos de seu fundador
O cognome de “Monte Alto” como “Cidade do Sonho”, deu-se pela história romantizada de um fundador que, para se recuperar de perdas materiais, encontrou nos braços de Oneiros a terra em que vivemos. Teria sido, ainda, este homem, “cirurgião-mor” da corte de D. Pedro II.
Nada disso dito acima possui ciência. Sabe-se, de fato, que Porfírio Luiz de Alcântara Pimentel, filho de Francisco Luiz e Maria Avelina do Carmo, nasceu em 1844, em Areias (SP). Teve 6 irmãos: José, Maria, Elisia, Anna Senhorinha, Inês e José Marco.
Ainda criança, mudou-se para Jaboticabal com a família, passando a exercer o ofício de cutelaria (fabricação de instrumentos de corte, como facas e espadas).
Religioso, exerceu funções junto à Igreja Católica como fabriqueiro paroquial e sacristão.
Casado com Anna Jacintha da Conceição, teve 6 filhos: Antonio Luiz, Genoveva, Pedro Jorge, Maria Justina, João Luiz e Izabel.
Ao fincar o cruzeiro, marco inicial da cidade, nas terras que comprou do fazendeiro Sebastião Bertolino José Baptista, batizou o lugar, primeiramente, com o nome quilométrico “Bom Jesus de Pirapora do Monte Alto das Três Divisas”. Eram 4 alqueires de terra, ao preço de 800$000 (oitocentos mil réis).
Pintura do fundador de Monte Alto, Porfírio Luiz de Alcântara Pimentel e o Hino a Monte Alto, ambos expostos no Museu Histórico e Cultural da cidade
Designou o dia 15 de maio de 1881 para a cerimônia da fundação, quando, em louvor ao Senhor Bom Jesus de Pirapora, com presença de muitas pessoas, o padre Domingos Monteiro, vigário de Jaboticabal, celebrou a primeira Missa, benzeu o pátio e o cruzeiro.
Inicialmente, capela e povoado, pertencentes a Jaboticabal, passaram em 1893 a distrito policial. Seu desenvolvimento econômico se intensificou graças à lavoura de café, que tomou grande incremento pela fertilidade do solo.
Em 1895, o povoado foi elevado a Distrito de Paz e, na mesma ocasião, a município, procedendo-se a sua instalação a 8 de fevereiro de 1896.
Monte Alto pertenceu à Comarca de Jaboticabal de 1895 a 1928. Em 13 de setembro de 1928, por decreto-lei nº. 2.281, foi elevado à categoria de Comarca, instalada no dia 25 de janeiro de 1929, sendo a ela incorporados os municípios de Monte Alto, Pirangi e Paraíso.
Como a cidade que se tornaria “Monte Alto”, fundou também o município de Monte Aprazível.
Registro da elevação de Monte Alto à categoria de Comarca, em 25 de janeiro de 1929
Política
O fundador Porfírio foi vereador em duas cidades: Jaboticabal e São José do Rio Preto, onde um de seus projetos tornou-se lei polêmica: trata-se da “Lei do Turco”, em que mascates seriam proibidos de se expressarem pelas ruas em sua língua-pátria.
Saúde
Em Rio Preto, além de farmacêutico, foi juiz de paz e, ainda, responsável por procedimentos como assinatura de atestados de óbito; ainda coordenou campanhas de vacinação.
Exército
Foi major na Brigada de Infantaria da Guarda Nacional, onde utilizava espada, doada, em 2011, à Loja Maçônica “Porfírio Luiz de Alcântara Pimentel” n° 501 de Monte Alto — instituição responsável pela manutenção do seu túmulo.
Faleceu em setembro de 1917.
Vista aérea da cidade de Monte Alto